Vem a nostalgia que pousa, subtil, no colo. Olhar, emocionada, o percurso dum rio, daquelas duas margens que deixaram de ser paralelas. Não havia impossíveis para eles, por tão singulares serem.
Guardar na caixinha de biscoitos, a mais bonita história.
Sentir um odor doce, quando a abria.
Nela guardo os momentos deles, belíssimos, porque, sem mesmo saberem, sequer imaginarem, já estava a ser, em cada beijo por eles partilhado, concebida uma outra, [julgávamos], igual à deles.
………………
Fecha-se a caixa, aquela história única.
Talvez que se abra, um dia, quando não doer o plural em que nos tornámos, ou, ouso dizer, que sempre fomos.
Fotografia de © ioana petcu
Se nos tivéssemos navegado?
Se tivéssemos sido, em nós, viajantes?
Se houvéssemos dito que era tempo de outros oceanos,
de terras nunca antes visitadas?
Se tivéssemos sido a nossa escolha?
Se essa escolha tivesse o nosso nome?
Tanta pergunta!
Não queria devassar a letargia,
esse espaço que se dividiu,
que mudou,
que agora é:
o teu,
o meu.
Pensar que por momentos, estivemos tão perto,
Que semeámos desejos ao acaso
que se matizariam naturalmente...
Porque nos houvéramos prometido que seria assim.
Desnecessário o pousio.
A nada chamávamos “meu”.
A tudo chamávamos “nosso”,
Queríamos, como queríamos!
Fomos quimeras,
absorvemo-nos em gestos lentos,
demorados.
Acompanhámo-nos,
e,
ainda que só na [nossa] imaginação,
fomos:
Eu,
[e]
Tu,
Singulares!
É assim a vida, feita de esperanças e ilusões, feita de desenganos e decepções. E nada do que foi voltará a ser, pelo menos não exactamente da mesma forma.
Lindíssimo poema Cris. Está escrito de uma forma tão sublime que a nostalgia nele contida passa para nós.
Beijinhos!
Cris,
Esta música que está a tocar é muito linda.
Lindas também são as fotos que aqui colocas. Tamb;em gosto de teus textos que demonstram muita sensibilidade de tua parte.
E amiga, obrigada por tua visita e comentário no blog de Flavia. Quanto à tua linda Maria João, por favor, eu não fiz nada por ela, apenas a recebi em minha casa com o carinho que tu e ela merecem por serem tão gentis como são as duas.Máe e filha.
Deixo-te um forte e carinhoso abraço.
Gostei! Come sempre!
De Fatyly a 4 de Julho de 2009 às 12:04
Foram "um/único" e hoje ao abrir "a caixa dos biscoitos" o perfume não deixou de ser "único" mas recordado/apreciado separadamente.
A vida é assim e não há como dar a voltar mas sim aceitar!
Gostei muito e a foto é lindissima.
Beijos linda e um BFS
De
Cris a 4 de Julho de 2009 às 14:44
Não há histórias iguais. Poderão ser similares, mas, iguais? Se algo é único não se repete porque não como, Fatyly.
Fechou-se a caixa, ponto final!
Recordar (confundir "ficção" com a realidade pode ser doentio, se em demasia, e, como tudo que é demais é moléstia, há que saber parar! Já chega de "doenças".)
Parei!
Que o teu fim de semana seja pleno de bom, também.
Beijo.
De
Cris a 4 de Julho de 2009 às 14:47
Corrijo:
Onde escrevi: "Se algo é único, não se repete porque não como" queria dizer: "...porque NÃO HÁ como..."
Mais um beijo ou um abraço apertado, Amiga.
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