Fotografia de © Cees Kuijs
As estrelas estão lindas, brilhantes num firmamento trigal.
Os peixes são agora papoilas, e, as ondas mil flores silvestres, ondulando sob nuvens, vagas de espuma em flor!
As algas entrelaçam-se, trepadeiras, namorando os astros quais frutos em árvores frondosas!
O coral é já sol-posto, repousado em rochedos, horizontes, sobre oceanos, prados a perder de vista...
Brotam os búzios viçosos, as conchas são borboletas com asas de madrepérola. Cantam com voz de aroma de marés vivas sobre campos azuis, prontos para serem ceifados.
Veste-se a praia de verde e pede à noite que se junte à fantasia que lhe traga o vento para com ela bailar ao som da melodia das dunas tão moçoilas, lindas ceifeiras!
Lá longe a montanha sorri e a festa vai durar. Vai estender-se pela madrugada até que o dia os avise que é tempo de recolher porque a noite quer ir deitar-se e o sol-posto vai ser de novo coral...
Trará com ele a noite e será outra vez festa, num campo verde... no mar!
Fará os pescadores dormir de novo, repousando da faina, sonhando que são lavradores...
E a praia vestir-se-á de verde. Bailará descalça, varina, com a brisa, o xaile que lhe adornará os ombros, num mar vestido de campo, olhada pelas dunas ceifeiras, nos braços ternos do vento!
Julho de 2002