Aquele tempo fora deles. Agora, separados pela distância dum, até um dia, poderia olhá-lo, pensá-lo ali…
Chorava, sem vergonha de esconder as maçãs do rosto de tanta saudade e prometeu que, pela bonança dum passeio pelo sonho, valeria a pena esperar.
Fotografia de © Irina Kuneva
Talvez que chegasse até ele
O barulho da cascata,
O seu pranto.
Lágrimas que rebolavam
Que caíam
Em cataratas de soluços.
Estava já longe do que viveram,
Estava no leito,
Ela e toda a lembrança,
Iluminada por uma lua cheia.
Chorava
Mas não o deixaria ir,
Sair-lhe do pensamento,
Ainda que se sentisse
Encharcada por tanta tristeza,
Ainda que não houvesse tido um tempo aliado.
[Mais tempo,
Todo o tempo do mundo.]
Ficaria até ao fim,
[Ele que lhe dissera que não havia fins,
Que coexistiriam nos interregnos,
E, que tudo repetiria...]
Imaginando-o a pensá-la
Tal qual um mar de águas aquietadas
Como ela tanto queria, ter ido com ele, ver o mar!]